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06/11/2025 às 12h36Plataformas online chinesas como Temu e Shein estão a transformar as estruturas comerciais e logísticas europeias a um ritmo acelerado. Com investimentos massivos em centros de distribuição e cumprimento próprios, estabelecem redes de entrega locais que forçam os serviços de entrega clássicos e os comerciantes a repensar. Esta é a conclusão de uma análise recente da SKR AG, em Lucerna.
“Temu e Shein constroem em um ano o que os fornecedores estabelecidos levaram anos a fazer”, diz Rico Back, sócio-gerente da SKR AG. “Rapidez na entrega, controle de custos e acesso a dados de clientes são suas alavancas – a nova lógica é: Local-to-Local em vez de Cross-Border. Isso muda visivelmente o poder na cadeia de suprimentos.”
Esta dinâmica é impulsionada pela nova política aduaneira dos EUA e da UE. O governo dos EUA eliminou a isenção de impostos para envios de mercadorias abaixo de 800 dólares a partir de 29 de agosto de 2025. Na UE, o limite de isenção anterior de 150 euros deverá ser eliminado até 1 de março de 2028.
O que deveria pôr fim aos importes baratos, segundo a análise da SKR, revela-se um catalisador para a profissionalização. “As plataformas não importam mais milhões de pacotes individuais, mas contêineres inteiros, desalfandegam centralmente e distribuem a partir de centros de transbordo europeus”, explica Back. “Assim, adaptam-se aos novos obstáculos regulatórios, reduzem custos e prazos de entrega e mantêm o controle sobre os dados dos clientes e a cadeia de suprimentos.”
Redes de cumprimento construídas a um ritmo recorde
Nos últimos doze meses, Temu e Shein expandiram massivamente suas capacidades na Europa, segundo relatos. Temu agora opera locais de armazenamento na Alemanha, França, Espanha, Itália, Países Baixos e Áustria. Shein estabeleceu centros na Bélgica, Frankfurt, Espanha, Itália, Irlanda e Polônia. O objetivo: prazos de entrega mais rápidos, custos de envio mais baixos, processamento aduaneiro eficiente e gestão de devoluções local.
“Estamos a ver uma nova geração de operadores de plataformas globais que criam ecossistemas logísticos próprios na Europa”, diz Back. “Isso cria novos fluxos de volume – a pressão sobre o preço da última milha, no entanto, não diminui.”
Serviços de entrega e comércio sob pressão
A entrega ao cliente final representa mais de 50% dos custos totais de um envio. As plataformas esperam preços de entrega extremamente baixos, especialmente para produtos na faixa de preço acessível. Quando os serviços de entrega aceitam esses envios para manter o volume, podem ficar sob pressão. Pois, verifica-se que as margens estão estagnadas. De acordo com o estudo KEP 2025 da Associação Federal de Logística de Pacotes e Expressos (BPEX), os volumes B2C na Alemanha cresceram 5,5% em 2024, enquanto os volumes B2B, mais lucrativos, caíram 1,6%. O rendimento ajustado pela inflação por envio caiu abaixo do nível de 2014 – os custos mais altos mal puderam ser repassados.
Para se beneficiar mais da demanda online, muitos prestadores de serviços estão a reagir com ofertas próprias de cumprimento. Mas Back também vê riscos: “Cumprimento não é garantia de rentabilidade – é intensivo em capital e requer uma alta taxa de ocupação. Quem não planeja estrategicamente a construção de soluções de cumprimento e não integra digitalmente processos, espaços e transportes, está a queimar dinheiro em vez de ganhar.”
O comércio também enfrenta uma concorrência mais acirrada. “Quem não é barato nem especial será esmagado”, diz Back. “Estamos a observar que os comerciantes estão a construir marcas próprias acessíveis, a lançar novos conceitos ou a apostar sem compromisso em qualidade, premium e serviço. Em qualquer caso, uma logística altamente eficiente decide a competitividade.”
Desafio estratégico da Europa
A SKR AG aponta para as consequências de uma crescente concentração de plataformas: “Quando uma parte significativa dos volumes de envio é controlada por poucas plataformas globais, os prestadores de serviços logísticos perdem seu poder de negociação”, diz Back. “A Europa não deve tornar-se apenas um mercado de vendas, mas deve manter a criação de valor, empregos e dados também em suas próprias mãos. A ação estratégica é necessária: as cadeias de suprimentos devem ser diversificadas, parcerias com regras claras devem ser estabelecidas, a eficiência operacional e a escalabilidade devem ser aumentadas de forma direcionada, e a inovação e a diferenciação devem ser aceleradas.”
Foto: © SKR AG






